sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Aula 5 : Platão.


Vida.

Platão nasceu em Atenas em 427 a.C, era filho de Artíston e Perictioné. Seu pai era um homem rico cuja dinastia remontava aos primórdios de Atenas. Deu ao filho uma excelente educação, a quem deu o nome de Aristocles. Platão era um apelido adquirido quando já moço, designando alguém que tenha um porte atlético, com ombros largos. Platão não teve esposa nem deixou filhos. Viajou pela Magna Grécia, onde aprendeu os ensinamentos deixados por Pitágoras, andou pelo Egito e muitos afirmam que esteve no Oriente.
No início se dedicou a poesia e depois à filosofia. Conheceu Sócrates com dezoito anos e o acompanhou por dez anos, até em 399 a.C., quando Sócrates morreu. Em 387 a.C. fundou sua escola nos jardins de Academus,dedicando-se ao ensino e composição de suas obras.
Platão faz distinção entre aparência e realidade. Ora, se existe um mundo de realidade e um mundo de aparência, deve-se procurar saber como se pode distinguir um do outro. Sabe-se que as aparências são diagnosticadas por nossas sensações, ao passo que as nossas idéias diagnosticam o mundo da realidade. Por aí se vê que só podemos aproximar-nos da realidade através do pensamento.
A teoria do ser deduzida por Platão é aparência ilusória o que corresponde à enganosa opinião sensível; o conheci­mento verdadeiro é aquele que se refere às essências, às idéias.


Vamos antes de mais nada deixar claro .....

      Conhecimento sensível

 É o conhecimento obtido através dos sentidos - visão, audição, olfato, tato e paladar   Este conhecimento pode ocorrer numa experiência (emperia = experiência) particular de um indivíduo com um objeto, por exemplo, ao comer uma maçã um indivíduo conhece a maçã. Através de seus sentidos ele pode dizer: 'Esta maçã é doce.', 'Esta maçã é macia.', etc.
 Num diálogo entre dois indivíduos, pode ocorrer o conhecimento entre ambos. Daí podem surgir proposições do tipo: 'Fulano é uma pessoa educada.', 'Beltrano é muito ansioso.', etc.
 É importante observar que nos dois casos supracitados, as proposições são fruto de experiências subjetivas; por isso estas proposições são chamadas de 'opiniões' (doxa)
  
 Vários problemas existem em relação a estas opiniões: 

. Para qualquer indivíduo a maçã é doce e macia?
. Para qualquer indivíduo Fulano é uma pessoa educada e Beltrano é ansioso?


Conhecimento inteligível


É o conhecimento obtido através do intelecto (pensamento, intuição intelectual).
Uma pessoa leiga (não cientista) sabe da existência das células-tronco através de uma reportagem científica mostrada numa revista ou pela TV, onde a comunidade científica descreve as propriedades das células e os efeitos que elas causam em um organismo. Mesmo sem ter visto uma célula-tronco e nem o modo como ela funciona, damos crédito ao conhecimento a nós passado pela comunidade científica. 
Este tipo de conhecimento é objetivo (não subjetivo), ele comum a qualquer pessoa. Os filósofos gregos o denominaram de episteme (opinião verdadeira)




Platão o filosófo das ideias.

Platão o filosófo das ideias, O método filosófico de Platão, Platão concebia a filosofia em três níveis, O estilo de Platão era imaginativo, literário, político e alegórico. Portanto não quer saber do utilitarismo, do convencionalismo, do relativismo dos sofistas , o homem para Platão é dualista ( corpo e alma ) sua filosofia não se interessa pelo homem em sociedade e sim o divino no homem. 
O mundo das idéias, o mundo das formas e o mundo dos conceitos passam a serem primordiais em sua filosofia.
“Idealismo platônico, espiritualismo, e realismo das essências” filosofia e dialética se identificam como processo na busca dos valores absolutos.
Para Platão o mundo é cópia, aparência e imitação de um mundo perfeito ou seja mundo realmente real. Para ficar mais claro, leia a narrativa mítica abaixo;

ALEGORIA DA CAVERNA

Imagine alguns homens vivendo em uma moradia em forma de caverna, com uma grande abertura do lado da luz. Encontram-se ali desde a sua meninice, presos por correntes que os imobilizam totalmente e de tal modo que não podem nem mudar de lugar, nem volver a cabeça e não vêem mais que aquilo que lhes está na frente. A luz lhes vem de um fogo aceso a uma certa distância, por trás deles, em uma eminência do terreno. Entre esse fogo e os prisioneiros há uma passagem elevada, ao longo da qual imagine-se um peque­no muro, semelhante aos balcões que os ilusionistas levantam entre si e os assistentes e por cima dos quais mostram seus prodígios. Pensa agora que ao lado desse muro alguns homens levam objetos de todos os tipos. Tais objetos são levados acima da altura do muro e os homens que os transportam alguns falam, outros seguem calados. Os prisioneiros, nessa situação, jamais viram outra coisa senão as sombras, jamais ouviram outra voz senão os ecos que reboam no fundo da caverna. Falarão das sombras como se fossem objetos reais, terão os ecos como vozes verdadeiras. Esses estranhos prisioneiros são semelhantes a nós, homens. Pensa agora no que lhes acontecerá se forem libertados das cadeias que os prendem e curados da ignorância em que jazem. Se um dentre eles se levantar e volver o pescoço e caminhar, erguendo os olhos para o lado da luz, certamente tais movimentos o farão sofrer e a luz ofuscar-lhe-á a visão e impedirá que ele veja os objetos cuja sombra enxergava há pouco. Ficará deveras embaraçado e dirá que as sombras que via antes são mais verdadeiras que os objetos que são agora mostrados. E se tal prisioneiro, arrancado à força do lugar onde se encontra for conduzido para fora, para plena luz do sol, por acaso não ficaria ele irritado e os seus olhos feridos? Deslumbrado pela luz, porventura não precisaria acostumar-se para ver o espetáculo da região superior? O que a princípio mais facilmente verá serão as sombras, depois as imagens dos homens e dos demais objetos refletidos nas águas, e finalmente será capaz de veres próprios objetos. Então olhará para o céu. Suportará mais facilmente, à noite, a visão da lua e das estrelas. Só mais tarde será capaz de contemplara luz do sol. Quando isso acontecer reconhecerá que o sol governa todas as coisas visíveis e também aquelas sombras no fundo da caverna.

Mundo sensível e mundo inteligível;

Mundo sensível e mundo inteligível
Platão preocupado com o mundo sensível e com as idéias, o filosofo concebeu uma dicotomia a dividir o mundo das aparências e o mundo ideal (das idéias) do qual o mundo sensível seria uma mera cópia.

Platão assim dividiu o 'cosmos' em duas partes: uma feita de ideias e a outra, de matéria, e teríamos assim uma fisica e uma meta-física, onde a alma seria um além-do-corpo, e todo conhecimento já presente desde o nascimento 
       
      1-      Assinar  verdadeiro ou falso.

 Na Alegoria da Caverna,

(   ) Platão descreve a educação do filósofo, que passa do conhecimento sensível para o conhecimento inteligível.
(   ) Ele procura mostrar a superioridade do conhecimento inteligível em relação ao sensível. O primeiro é o conhecimento daquilo que é real e o segundo é o conhecimento das aparências.
(   ) A caverna subterrânea é o mundo visível.
(   ) O prisioneiro que sobe à região superior e contempla suas maravilhas é a alma que ascende ao mundo inteligível, em outras palavras é o caminho de todo ser humano no seu ponto de ignorância – espanto e por fim sabedoria.
(   ) Mostra em sua alegoria que o homem poderá viver no mundo das sombras (ignorância) acreditando em um mundo completamente diferente da realidade, podendo talvez, atingir a luz (sabedoria), para viver livre de preconceitos, conhecedor da verdade.
(   ) No mito podemos associar os homens presos à população e o homem liberto a um filósofo. Os homens presos conhecem apenas o mundo sensível, já o liberto conheceu a verdadeira essência das coisas, conheceu o mundo das idéias.

2-Platão mostrou-nos que todos nós estamos sempre em contato com duas realidades: uma inteligível e outra sensível. Explique as principais diferenças.

3-O que é o inatismo ?





segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Aula 4 : Período socrático


A Filosofia passa a investigar as questões humanas, deixando de se preocupar apenas com as questões da natureza e suas transformações.
É a época do surgimento das cidades, do comércio, das artes militares. É o momento em que o cidadão começa a exercer a cidadania e precisa opinar, discutir, falar, persuadir, participar das assembléias. Esse período se caracteriza pelo interesse no próprio homem e nas relações do homem com a sociedade.

Os sofistas.

Os sofistas eram professores viajantes e ensinavam a arte da oratória, a arte da persuasão, Essa nova fase foi marcada inicialmente pelos sofistas. Os sofistas diziam que os filósofos cosmologistas estavam errados

Sofista significa sábio, entretanto ganhou o sentido de impostor. Eles eram considerados professores que vendiam ensinamentos práticos da filosofia e úteis para o sucesso nos negócios. Os sofistas foram criticados por Platão, que os considerava manipuladores de raciocínios.

Nesse contexto histórico da Grécia, surge Sócrates, considerado o patrono da Filosofia. Ele discordava dos antigos poetas (mitologia), dos antigos filósofos (cosmologia) e dos sofistas (oradores).

Sócrates,


Sócrates nasceu em Atenas e é considerado um marco divisório na história da filosofia grega, pois ele desejava conhecer o homem e sua essência. Fazia perguntas como:

O que é o bem?
O que é a virtude?
O que é a justiça?
O que é a essência do homem?

Biografia e ideias de Sócrates

Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 aC, e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a essência da natureza  da alma humana.

Sócrates era considerado pelos seus contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Em seus pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo. Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano.Conhecemos seus pensamentos e ideias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes. Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos.
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas ideias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos.
Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua popularidade. Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 AC.

A Maiêutica Socrática 
Tem como significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior do ser humano. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova ideia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz ideias complexas. A maiêutica baseia-se na ideia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz.
A auto-reflexão, - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude. Através desta linha filosófica ele procura dentro do Homem a verdade. É famosa sua frase “Conhece-te a ti mesmo”, que dá início à jornada interior da Humanidade, na busca do caminho que conduz à prática das virtudes morais. Através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complicadas.
A Maiêutica, criada por Sócrates no século IV a.C., tem seu nome inspirado na profissão de sua mãe, Fanerete, que era parteira.

 “Conhece-te a ti mesmo”. 


Sócrates não deixou registros de seus conhecimentos e o que se sabe dele e o seu pensamento vêm dos textos de seus discípulos e adversários, sendo o principal de seus discípulos Platão.

Sócrates desenvolveu o saber filosófico em praças conversando e mostrando que era preciso unir a vida concreta ao pensamento. Procurava um fundamento para as interrogações humanas. Para ele, o homem é sua alma, a alma é o desejo da razão, e isso distingue o ser humano de todos os outros seres da natureza. 

Ele dialogava com ricos e pobres, cidadãos ou escravos, importando-se apenas com as características internas de cada pessoa. Estava interessado na prática da virtude e na busca da verdade, contrariando os valores dogmáticos da sociedade ateniense. seu comportamento sempre foi modelo de integridade e ética. 

Sua educação se deu principalmente através da meditação, moldada na elevada cultura ateniense deste período. Ele acreditava não ser possível filosofar enquanto as pessoas não alcançassem o autoconhecimento, percebendo assim claramente seus limites e imperfeições. Assim, considerava que deveria agir conforme suas crenças, com justiça, retidão, edificando homens sábios e honestos, ao contrário dos sofistas, que só buscavam tirar vantagens pessoais das situações.

Platão foi responsável pelos registros dos ensinamentos Sócrates. A maior parte do pensamento de Platão foi transmitida por intermédio da fala de Sócrates, escritos por ele mesmo,

Sua forma de viver, porém, com liberdade de opinião, considerações críticas, ironia e uma maneira específica de educar, provocaram a ira geral e lhe angariou uma lista de inimigos. Sob a ótica de seus contemporâneos, ele era visto como líder de uma elite intelectual. 

Acusado de perverter os jovens e de substituir os deuses venerados em sua terra natal por outros desconhecidos, ele negou-se a elaborar uma defesa própria, pois argumentava que seus ensinamentos eram imortais, não algo para ser compreendido e aceito naquele momento, no âmbito da vida material. 

Assim, preferiu morrer, recusando inclusive a fuga providenciada por seu discípulo Criton, porque não desejava ir contra as leis humanas. Assim, morreu aos 71 anos de idade, vítima da execução à qual fora condenado.
O filósofo busca o conhecimento através de questões que revelam uma dupla face – a ironia e a maiêutica. Através da ironia, o saber sensível e o dogmático se tornam indistintos. Sócrates dava início a um diálogo com perguntas ao seu ouvinte, que as respondia através de sua própria maneira de pensar, a qual ele parecia aceitar. Posteriormente, porém, ele procurava convencê-lo da esterilidade de suas reflexões, de suas contradições, levando-o a admitir seu equívoco.

Por intermédio da maiêutica, ele mergulha no conhecimento, ainda superficial na etapa anterior, sem atingir porém um saber absoluto. Ele utilizava este termo justamente porque se referia ao ato da parteira – profissão de sua mãe -, que traz uma vida á luz. Assim ele vê também a verdade como algo que é parido. Seu senso de humor costumava desorientar seus ouvintes, que na conclusão do debate acabavam admitindo seu desconhecimento. Deste diálogo nascia um novo conhecimento, a sabedoria.

O resultado de seu método e sabedoria , foi considerado uma ameaça à sociedade e condenado a beber cicuta (veneno). Ele morreu coerente com os seus valores morais.

SOFISTAS E SÓCRATES.

Sofistas.

Etimologicamente, o termo sofista significa sábio, entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.

Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloqüência e sagacidade mental, ou seja, tinham fácil oratória e eram astuciosos. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados.

As lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade de discursos primorosos, porém, vazios de conteúdo. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.

O momento histórico vivido pela civilização grega favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembléias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de aprender a arte de argumentar em público para, manipulando as assembléias, fazerem prevalecer seus interesses individuais e de classe.

Diferenças entre Sócrates e os sofistas:


  • - O sofista é um professor ambulante. Sócrates é alguém ligado aos destinos de sua cidade;
  • - O sofista cobra para ensinar. Sócrates vive sua vida e essa confunde-se com a vida filosófica: “ Filosofar não é profissão, é atividade do homem livre”
  • - O sofista “sabe tudo” e transmite um saber pronto, sem crítica (que Platão identifica com uma mercadoria, que o sofista exibe e vende). Sócrates diz nada saber e, colocando-se no nível de seu interlocutor, dirige uma aventura dialética em busca da verdade, que está no interior de cada um.
  • - O sofista faz retórica (discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo). Sócrates faz dialética (bons argumentos). Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, persuadem sem transmitir conhecimento algum. Na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás.
  • - O sofista refuta por refutar, para ganhar a disputa verbal. Sócrates refuta para purificar a alma de sua ignorância.

Condenado a morte.


Tão logo as ideias de Sócrates foram se espalhando pela cidade, ele angariava mais e mais discípulos.Assim, os antigos professores foram ficando irados. Pensavam eles: Como um homem poderia ensinar de graça e pregar que não se precisavam de professores como eles?. A sociedade não concordavam com os pensamentos de Sócrates, que dizia que para se acreditar em algo, era preciso verificar se aquilo realmente era verdade.

Logo Sócrates começou a fazer varios inimigos, assim causando uma grande intriga. .Entretanto, a liberdade de seus discursos, a feição austera de seu caráter, a sua atitude crítica, irônica e a conseqüente educação por ele ministrada, criaram descontentamento geral, hostilidade popular, inimizades pessoais, apesar de sua probidade. Diante da tirania popular, bem como de certos elementos racionários, aparecia Sócrates como chefe de uma aristocracia intelectual. Esse estado de ânimo hostil a Sócrates concretizou-se, tomou forma jurídica, na acusação movida contra ele por Mileto, Anito e Licon: de corromper a mocidade e negar os deuses da pátria introduzindo outros. Sócrates desdenhou defender-se diante dos juizes e da justiça humana, humilhando-se e desculpando-se mais ou menos. Tinha ele diante dos olhos da alma não uma solução empírica para a vida terrena, e sim o juízo eterno da razão, para a imortalidade. E preferiu a morte. Declarado culpado por uma pequena minoria, assentou-se com indômita fortaleza de ânimo diante do tribunal, que o condenou à pena capital com o voto da maioria.O julgamento e a execução de Sócrates são eventos centrais da obra de Platão (Apologia e Críton). Sócrates admitiu que poderia ter evitado sua condenação a morte, bebendo o veneno chamado cicuta, se tivesse desistido da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, ele poderia ter evitado sua morte se tivesse escapado com a ajuda de amigos.
Estas 3 acusações foram assim proferidas por Meleto:
"...Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a morte"

Acusado de 3 crimes:


1- Não acreditar nos costumes e nos deuses gregos;
2- Unir-se a deuses malignos que gostam de destruir as cidades;
3- Corromper jovens com suas ideias;


Dado a ele a chance de se defender destas acusações, Sócrates mostra toda a sua capacidade de pensamento.
Em sua defesa, ele mostra que as acusações eram contraditórias, questionando: Como posso não acreditar nos deuses e ao mesmo tempo me unir a eles?.
Mesmo assim, o tribunal, constituído por 501 cidadãos, o condenou. Mas não a morte, pois sabiam que se o condenassem à morte, milhares de jovens iriam se revoltar. Condenaram-no a se exilar para sempre, ou a lhe ser cortada a língua, impossibilitando-o assim de ensinar aos demais. Caso se negasse, ele seria morto.
Após receber sua sentença, Sócrates proferiu: - Vocês me deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos a diante. A outra, que eu não conheço, que é a morte ... escolho pois o desconhecido!

Morte;

"“Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses”.
                                                                                                                                          Sócrates

Questões:

1-Por que Sócrates é considerado pai da filosofia?

2-O que é maiêutica socrática.Explique o método ?

3-Assinar com um x a ( s ) alternativa(s) corretas.

Quem foi Sócrates? qual sua opinião sobre os sofistas? quais suas idéias fundamentais?
  
        A-  (  ) Sócrates ensinou que o sistema filosófico é o valor do conhecimento humano. antes de Sócrates questionava-se a natureza, depois de Sócrates, questiona-se o homem. o valor do conhecimento humano.
        B- (   )“conheça-te a ti mesmo”, frase escrita no portal do templo de apolo; cuja frase era a recomendação básica feita por Sócrates a seus discípulos.
       C- (   ) Sócrates percebeu que a sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância: “só sei que nada sei”; é, para Sócrates, o princípio da sabedoria.  
       D-  (   ) o estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao dos sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos.
       E-   (  ) com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber.
  F-  (  ) usava dois métodos: ironia e maiêutica.

4- O seu pensamento desenvolveu-se de 3 grandes idéias;

        a) (      ) a crítica aossofistas;

        b) (      ) a arte de perguntar;
        c) (      ) a consciência do Homem.


5- O método socrático consiste em uma  técnica de investigação filosófica, que faz uso de perguntas simples e quase ingênuas que têm por objetivo, em primeiro lugar, revelar as contradições presentes na atual forma de pensar do aluno, normalmente baseadas em valores e preconceitos da sociedade, e auxiliá-lo assim a redefinir tais valores, aprendendo a pensar por si mesmo.Coloque um exemplo cotidiano.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Aula 3 - Período pré-socrático ou cosmológico


Período pré-socrático ou cosmológico, do final do sec. VII ao final do século V antes de Cristo.

Os filósofos pré-socráticos foram de extrema importância para o desenvolvimento do pensamento ao longo dos anos.

Foi o primeiro passo da evolução da filosofia grega. Os pré-socráticos,preocuparam-se com os problemas cosmológicos, como a origem do universo e da natureza e o destino destes.
Serviram de base para o próximo período da filosofia grega (período socrático).
Os pré-socráticos misturavam conceitos metafísicos com místico-religiosos, diferentemente dos socráticos que buscavam respostas para os problemas metafísico.

É o nascimento da Filosofia, momento em que se investiga o mundo e as transformações da natureza. A filosofia pré-socrática se diferencia das explicações mitológicas, pois busca explicar os fenômenos naturais com elementos na própria natureza, podendo assim ser facilmente explicada e facilmente aprendida, pois todas as explicações poderiam ser entendidas, pois qualquer um podia contemplá-las observando a natureza. Os pré-socráticos derrubaram os mitos fantasiosos e os permutaram por explicações plausíveis e prováveis.

É denominado período Cosmológico, pois buscava uma visão ordenada do mundo, a explicação racional e sistemática sobre origem, ordem e transformação da natureza e seres humanos. Investigava o princípio universal, imutável e eterno que gerou todas as coisas e seres: de onde tudo vem e para onde tudo retorna.
Esses filósofos acreditavam que todos os seres e coisas estão em movimento e transformação permanente: dia–noite, claro-escuro, quente-frio, seco-úmido, novo-velho, pequeno-grande. E perguntavam: 

Por que tudo muda?
Por que se nasce e morre?
Por que tudo se multiplica? 
Por que o dia vira noite? 
O que é a água, o fogo? Como surgiu? De que é feito?

Escola Jônica

A Escola Jônica, assim chamada por ter florescido nas colônias jônicas da Ásia Menor, compreende os jônios antigos e os jônios posteriores ou juniores. A escola jônica, é também a primeira do período naturalista, preocupando-se os seus expoentes com achar a substância única, a causa, o princípio do mundo natural vário, múltiplo e mutável. Essa escola floresceu precisamente em Mileto, colônia grega do litoral da Ásia Menor, durante todo o VI século, até a destruição da cidade pelos persas no ano de 494 a.C., prolongando-se porém ainda pelo V século. Os jônicos julgaram encontrar a substância última das coisas em uma matéria única; e pensaram que nessa matéria fosse imanente uma força ativa, de cuja ação derivariam precisamente a variedade, a multiplicidade, a sucessão dos fenômenos na matéria una. Daí ser chamada esta doutrina hilozoísmo (matéria animada). Os jônios antigos consideram o Universo do ponto de vista estático, procurando determinar o elemento primordial, a matéria primitiva de que são compostos todos os seres. Os mais conhecidos são: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto. Os jônios posteriores distinguem-se dos antigos não só por virem cronologicamente depois, senão principalmente por imprimirem outra orientação aos estudos cosmológicos, encarando o Universo no seu aspecto dinâmico, e procurando resolver o problema do movimento e da transformação dos corpos. Os mais conhecidos são: Heráclito de Éfeso, Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenas.


Assinalar com um X a alternativa correta.

A-  (   ) O período pré-socrático é um período naturalista em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza;
B-    (    ) O período pré-socrático tem um  interesse filosófico  voltado para os problemas morais e metafísico;
C-   (    ) Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos.





quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Aula 2 - O Nascimento da Filosofia.





1-Período mitológico

 Antes do surgimento da Filosofia, toda a realidade era explicada através dos mitos. Mito é a narrativa da origem das coisas a partir de lutas e alianças entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens.

Os filósofos foram reformulando e racionalizando as narrativas míticas e transformando as explicações do mundo em algo novo.Não houve uma ruptura brusca nessa passagem do saber mítico ao pensamento racional.

Em relação aos conhecimentos, os gregos transformaram em ciência o que era prática para uso na vida: as curas viraram a medicina. Criaram a organização social e política que conhecemos hoje, ou seja, as sociedades até então desconheciam a separação entre poder publico, privado e religioso. Foram os gregos que fizeram essa separação através da organização de leis e instituições como forma de poder e governo. Criaram a ideia de justiça e lei, características da organização política atual. Criaram a ideia de que o pensamento segue regras, normas e leis universais, ou seja, que o pensamento pode ser racional.
 O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova ordem do pensamento, complementar ao mito, que era a forma de pensar dos gregos. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas de geração a geração por século se que transmitiam aos jovens a experiência dos anciãos. Como narrativas, os mitos falavam de deuses e heróis de outros tempos e,dessa forma, misturavam a sabedoria e os procedimentos práticos do trabalho e da vida com a religião e as crenças mais antigas.Nesse contexto, os mitos eram um modo de pensamento essencial à vida da comunidade, ao universo pleno de riquezas e complexidades que constituía a sua experiência. Enquanto narrativa oral, o mito era um modo de entender o mundo que foi sendo construído a cada nova narração. As crenças que eles transmitiam ajudavam a comunidade a criar uma base de compreensão da realidade e um solo firme de certezas. Os mitos apresentavam uma religião politeísta, sem doutrina revelada, sem teoria escrita, isto é, um sistema religioso, sem corpo sacerdotal e sem livro sagrado, apenas concentrada na tradição oral, é isso que se entende por teogonia.
 Vale salientar que essas narrativas foram sistematizadas no século IX por Homero e por Hesíodo no século VII a.C.Ao aliar crenças, religião, trabalho, poesia, os mitos traduziam o modo que o grego encontrava para expressar sua integração ao cosmos e à vida coletiva. Os gregos a partir dos éculo V a.C. viveram uma experiência social que modificou a cotidianidade grega: a vivência do espaço público e da cidadania. A cidade constituía-se da união de seus membros para os quais tudo era comum. O sentimento que ligava os cidadãos entre si era a amizade, a  filia ,resultado de uma vida compartilhada.

A Vida Cotidiana na Sociedade Grega;

Quando dizemos que a filosofia nasceu na Grécia, pontuamos que a Grécia do século Va.C. não possuía um Estado unificado, mas era formada por Cidades-Estados independentes, as chamadas polis, que foram o berço da política, da democracia e das ciências no ocidente.

Os gregos eram um povo comerciante, propensos a navegação e ao contato com outras civilizações. A filosofia nascera das adaptações que os pensadores gregos regimentaram aos conhecimentos adquiridos por meio dessas influências, e da superação do pensamento mitológico buscando racionalmente aliar essa nova ordem de pensamento propriamente grega, a vida na  polis..

Mas afinal, o que é a  polis ? Como se constituía?

O termo Cidade-Estado designa regiões controladas exclusivamente por uma cidade. 
Cidades-Estados eram comuns na Antigüidade, principalmente na Grécia Antiga, tais como Atenas e Esparta.é uma cidade independente, elas eram auto suficiente, cidades que se situavam longe uma das outras e por isso tinham que se desenvolver sozinhas.


O Mito e a Origem de Todas as Coisas.

A multiplicidade de idéias e vertentes que formam o mito pode aparecer, muitas vezes, como desordem. Entre mito e filosofia têm-se duas ordens ou duas concepções de mundo e a passagem da primeira à segunda expressa uma mudança estrutural da sociedade. As narrativas míticas tentavam responder as questões fundamentais, como: a origem de todas as coisas, a condição do homem e suas relações com a natureza, com o outro e com o mundo,enfim, a vida e a morte, questões que a filosofia desenvolveu no decorrer de sua história. Mas aqui podemos formular outra questão: a filosofia nasceu da superação dos mitos, mas foi uma superação gradual ou um rompimento súbito? Para tanto, temos que primeiramente identificar algumas diferenças básicas entre os mitos e a filosofia.    O Mito (Mythos)é narrado pelo poeta-rapsodo, que escolhido pelos deuses transmitia o testemunho incontestável sobre a origem de todas as coisas, oriundas da relação sexual entre os deuses, gerando assim, tudo que existe e que existiu. Os mitos também narram o duelo entre as forças divinas que interferiam diretamente na vida dos homens, em suas guerras e no seu dia-a-dia, bem como explicava a origem dos castigos e dos males do mundo. Ou seja, a narrativa mítica é uma genealogia da origem das coisas a partir de lutas e alianças entre as forças que regem o universo.

A filosofia,  trata de problematizar o porquê das coisas de maneira universal, em outras palavras a  filosofia surge quando a explicação da realidade universal dada pelos mitos já não satisfaz a alguns pensadores gregos. Estes começam a fazer perguntas e buscar respostas, mostrando que o mundo e os seres humanos podem ser conhecidos pela razão humana.
A verdade do mundo e dos homens passa a não ser algo secreto e misterioso, ao contrário, torna-se algo que podia ser conhecido por todos através do pensamento, da sabedoria, do uso metódico da razão.

As condições históricas que possibilitaram o surgimento da Filosofia na Grécia.

1. As viagens marítimas levaram à desmistificação do mundo, revelaram que não existiam deuses, monstros, titãs. O homem começou a conhecer concretamente o mundo e não havia os personagens dos mitos nos lugares esperados.

2. Invenção do calendário: o tempo deixou de ser incompreensível e divino, passou a ter dias, anos, estações.

3. Invenção da moeda permitiu uma forma abstrata de troca. A troca não se realiza através de uma coisa concreta. Surge uma forma abstrata e genérica de troca.

4. Surgimento da vida urbana: predomínio do comércio e artesanato. Surge uma classe comerciante que, para se contrapor a aristocracia da época, vai apoiar as artes, as técnicas, o conhecimento e assim a Filosofia.

5. Invenção da escrita alfabética revela o crescimento da capacidade de abstração, juntamente com o calendário e a moeda. O alfabeto é racional e pode ser usado por todos.

6. Invenção da política: surge a lei como expressão da vontade coletiva humana e o direito de cada um se expressar racionalmente, surge a cidade (polis) como novo espaço público e surge a política, que valoriza o ser o humano e o pensamento. Antes o discurso era mítico, sagrado, misterioso, agora pelo o discurso é público, ensinado, transmitido, discutido.
 

Questões;

1 - Qual a importância do mito para uma sociedade?

2-Construa duas colunas formulando uma explicação mítica à esquerda e outra racional à direita sobre um determinado fenômeno natural.

3-Assinar a alternativa correta : A  origem da Filosofia.

Alguns pensadores gregos, admirados com a realidade e insatisfeitos com as explicações dadas pela tradição e mitos, começaram a fazer perguntas e a buscar respostas. Esses pensadores perceberam que a verdade do mundo e do homem não era algo misterioso e secreto, que precisasse ser explicada apenas pelos deuses e mitos. Os pensadores acreditaram que o mundo podia ser conhecido por meio.

A -  do pensamento e da razão e que a verdade podia ser ensinada e aprendida.
B-do pensamento e da sensibilidade e que a verdade podia ser ensinada através do questionamento.
 C-do pensamento critico e da verdade ensinada e aprendida.

Alternativa correta;  (    ) A                                 (    ) B                                     (    ) C      

4- O que é uma religião  politeísta? Exemplifique.